19.1.19

Há dois grandes poetas vivos hoje

Encontro há dias no Café Monte Carlo com H. Helder. Palavras circunstanciais. Digo não sei a que propósito: «Há dois grandes poetas vivos hoje — você e o Ramos Rosa. Prefiro o Rosa, embora temperamentalmente me aproxime mais de você.» Rosa vigia mais a sua poesia. Lucidez, discrição. Dois produtos de uma dupla raiz que vem de Mallarmé/Rimbaud, Cézanne/Van Gogh, Pessoa/Sá-Carneiro, Braque/Picasso, talvez Bartok/Stravinski, ou, na nossa medida, Lopes-Graça/Joly Braga Santos. Helder aceitou.

[Vergílio Ferreira, «Conta Corrente»]